“Só saio do PT no dia em que eu morrer”, diz Antenor


Candidato a prefeito em Guarapuava nas eleições deste ano, o médico Antenor Gomes de Lima sabe muito bem que o cenário politico nacional envolvendo o Partido dos Trabalhadores (PT) terá influência na sua campanha. “Quando entro em alguma rede social já vem o estigma de que sou petista e em seguida as agressões. Se trabalhar é ser ladrão, sou isso 14 horas por dia”. Para Antenor, grupos que tem interesse político mantem nas redes sociais pessoas liberadas somente para intervenções desse tipo. “Várias pessoas são disponibilizadas para fazer esse trabalho sujo”.
Com filiação partidária única, o médico diz ter recusado vários convites para ser candidato por outros partidos. “Se eu fosse oportunista teria saído do PT e poderia ganhar a eleição. Se alguém cometeu esse erro, a maioria da militância continua na luta sindical, organiza a sociedade. Eu jamais traíria e só saio do PT no dia em que eu morrer ou se dissolverem o partido. Mesmo assim, fico para fechar a porta”.
Convicto, Antenor diz que o partido promoveu a maior inclusão social da história brasileira. “Os outros só tiveram discurso, nada mais”.
Confirmando a pré candidatura a prefeito de Guarapuava, o ex-vereador diz que deve reunir em torno de oito partidos numa coalisão que vem sendo “costurada” há muito tempo. “Estamos abertos para conversas. Só não aceito compor com os deputados do camburão [alusão a Artagão Jr, Cristina Silvestri e Bernardo Ribas Carli). Como explicaria isso à sociedade?”
MOMENTO ATUAL
Para o médico Antenor Gomes de Lima, o momento atual envolvendo o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva em denúncias é um golpe midiático que tem como âncora a Rede Globo de Televisão. “A mídia tem massificado isso levando à exaustão numa discussão inócua. Qual é a acusação? O Lula é o palestrante mais bem pago do mundo e há testemunho do biógrafo Fernando Morais que o acompanhou”. Segundo o petista, o ex-presidente tem como comprovar renda. “De resto é preconceito”.
IMPEACHMENT
O cenário politico nacional envolvendo o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff “navega” em duas frentes, segundo Antenor Gomes de Lima. Mas a principal delas é inviabilizar a candidatura de Lula em 2018. “As forças da direita não aceitam um governo voltado para a inclusão social. A Dilma, desde a sua posse, não teve um dia de sossego”.
Para o ex-vereador, a condução coercitiva de Lula foi uma afronta à Constituição Federal, assim como os “grampos”das conversas entre o ex-presidente e Dilma Rousseff. “O Aécio [Neves] foi delatado cinco vezes e nenhum se preocupou com isso. E quanto ao sigilo da lista da Odebrecht que incrimina dezenas de politicos de vários partidos? Não há divulgação porque o interesse é generalizado”.
GUERRA CIVIL
Para Antenor, a oposição aposta no cliché de quanto pior, melhor. “Essa é uma visão facista agravada quando há ataques contra pessoas. Hoje não se pode usar uma roupa com a cor que se quer. Mulheres, crianças estão sendo achacados”, lamenta, referindo-se a agressões sofridas por vítimas que usavam camisetas vermelhas. “Isso que está acontecendo é uma regress para um país que nunca teve uma guerra civil e a gente teme por isso”.
Indignado, o petista também questiona o papel do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha. “Como é que alguém que é comprovadamente corrupto conduz um processo de impeachment. Estamos convivendo com uma visão torpe de um discurso moralista. Mas o Brasil é um país que tem capacidade de gerir o que está acontecendo".


Fonte:RedeSul