Prefeito Cesar Filho sanciona Lei que proíbe a extração do xisto pelo fracking


O prefeito Cesar Filho acaba de sancionar a Lei n° 2463/2015, que proíbe a exploração do gás de xisto pelo método de fraturamento hidráulico, o “fracking”. A redação foi publicada na edição n° 1014 do Boletim Oficial do Município, veiculado nesta semana. Há pouco mais de 15 dias, os autores do P.L, vereadores Germano Alves (PR) e Neto Rauen (PPS), apresentaram detalhes sobre o tema, bem como apontamentos técnicos e pessoais referentes à importância de impedir este ato.
Na ocasião, Alves afirmou que o método tem sido amplamente utilizado pelas companhias de petróleo e gás, visando aumentar sua produção. Contudo, de acordo com Alves, esse tipo de extração é extremamente prejudicial ao meio ambiente.
“Injeta-se no solo, água em abundância, somada a produtos químicos para aumentar a pressão. Em princípio ocorrem fraturas nas rochas e libera-se o gás natural. São mais de 600 produtos tóxicos, inclusive cancerígenos, agregados às cerca de 20 perfurações por poço, que utilizam de centenas de caminhões tanque de água para cada operação. Após sua utilização, os produtos químicos são deixados ao ar livre para evaporar, contaminando o ar e provocando chuva tóxica”, argumentou.
Ainda segundo o parlamentar, entre os principais problemas que podem ser causados residem os riscos de contaminação de aquíferos e do solo, além de explosão com a liberação de gás metano; uso de substâncias químicas e possível subsidências na superfície. “O ‘fracking’, em alguns países, ainda tem provocado prejuízos à economia, pois os produtores rurais das áreas afetadas estão com dificuldades na comercialização de seus produtos. Os cientistas também creditam o aumento da incidência de terremotos no centro e leste dos Estados Unidos, desde 2009, ao método, sendo que tais consequencias podem perdurar por até 50 anos”, reforçou.
Ele ainda informou que outra preocupação é devido aos trâmites dos leilões das reservas, liberando o início da extração. De acordo com o IEA (Instituto de Economia Agrícola), com o faturamento hidráulico, o Brasil pode chegar à 10ª posição no ranking de maiores reservas mundiais de gás de xisto.
Germano ainda afirmou que o embasamento para a apresentação partiu de uma pesquisa realizada por especialistas da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto).
DOCUMENTÁRIO
Alves também utilizou seu discurso embasado no documentário Gasland, a verdade sobre o Faturamento Hidráulico. A produção denuncia a exploração de companhias em busca de reservas no interior dos Estados Unidos, apresentando cenas bastante curiosas.
Nas regiões em que o gás é extraído, o individuo consegue acender o fogo com a torneira aberta. Isso porque a água chega até as torneias com metano, combustível altamente inflamável.
O Concidades (Conselho Estadual das Cidades)/Paraná foi outro órgão que mostrou preocupação sobre o tema e efetivou uma Resolução recomendada (n° 007/2015). Assinado pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano e presidente do colegiado, Ratinho Jr, o documento reforça sobre os problemas gerados pelo “fracking”. “É um dos processos de produção de energia mais agressivos ambientalmente e está proibido em diversos países do mundo”.
OUTRO LADO
Há cerca de um mês, a EPA (Environmental Protection Agency ou Agência para a Proteção Ambiental), órgão do governo dos Estados Unidos, afirmou que não encontrou evidências de que a extração, através do ‘fracking’, realmente prejudique a água potável do país. O estudo iniciou em 2010.
Os envolvidos ainda apontam que o gás do xisto é o responsável pela salvação da economia americana, após a crise de 2008. Inclusive, há a estimativa de que o xisto tenha gerado 1,7 milhão de postos de trabalho nos últimos anos.
Além disso, também é vista como uma oportunidade para o país se tornar autossuficiente em energia. As informações são da Câmara de Comércio dos Estados Unidos.


Fonte:Jornal Correio do Cidadão