No Xarquinho, Suderli Aparecida Pereira trocou 50 quilos de lixo por 10 quilos de alimentos produzidos por agricultores familiares. Ela levou para casa legumes, verduras, frutas, feijão, farinha de milho, pão, bolachas e outros produtos. Essa troca é possível, a partir de agora, através do programa Feira Solidária lançado pela Prefeitura de Guarapuava, nesta quinta-feira (26), em frente à escola Total. “A Secretaria de Agricultura garante a aquisição de produtos do campo por lixo que iria para os rios, córregos e galerias pluviais, assim protegemos o meio ambiente, contribuímos com a melhoria da renda das famílias do campo e ainda levamos alimentos frescos e saudáveis para a mesa dos guarapuavanos”, resume o prefeito Cesar Silvestri Filho, durante o lançamento que teve a presença de secretários municipais e vereadores.
O programa, que tem a parceria das secretarias de Meio Ambiente e de Assistência Social, Carmug (Central de Associações Rurais de Guarapuava) e Reciclasol (Cooperativa de Operadores Ecológicos de Guarapuava), tem 141 famílias inscritas, que vendem à Prefeitura de Guarapuava diversos produtos. A cada feira, a pessoa pode trocar cinco quilos de material reciclável por um quilo de alimento. “O programa será mantido com recursos municipais, num total de aproximadamente R$ 778 mil. Esse é o valor licitado para um ano de programa”, informa o secretário de Agricultura, Itacir Vezzaro.
A Feira Solidária será realizada no Adão Kaminski, Vila Karen, São José, Bonsucesso, Paz e Bem, Jardim das Américas, Colibri, Mansueto, Campo Velho, Boqueirão, Xarquinho, Feroz, Primavera, Planalto, Vila Bela, São Miguel e nos distritos da Palmeirinha e de Entre Rios. “Vamos, neste primeiro momento, realizar duas feiras por semana, quinta e sexta, com revezamento nos 8 bairros e dois distritos, porém moradores de todos os bairros podem participar. A feira acontecerá toda quinta-feira e sexta, conforme cronograma que será divulgado nesses locais”, especifica Vezzaro. “Pode-se trocar alimentos por tudo, menos sofá, roupa e pedra”.
A produtora rural Jaqueline Lopes, que mora com a família no Paiol de Telha, Distrito de Entre Rios, estava feliz em ver a grande fila que se formou para a troca de alimentos. “Há dois anos, tudo mudou. Antes a gente plantava, mas não sabia se ia vender. Hoje aumentaram as possibilidades de entrega, então a gente planta e sabe que vai vender”, conta ela, destacando que a renda da família cresceu 90% com a implantação das feiras do produtor e a entrega de produtos para a merenda escola municipal e estadual, além da parceria com a prefeitura na panificadora comunitária. Já a operadora ecológica Rosalina da Silva diz que já sabe o que fazer com os materiais que não tem valor comercial. “Vou trazer sempre na feira. Agora é bom para gente fazer a limpeza do pátio”, garante Rosalina.
Fonte:Assessoria