Grupo investigado por reutilizar e revender materiais cirúrgicos faturava até R$ 3 mil por procedimento

Cinco pessoas foram presas em Maringá, Mandaguaçu e Sarandi, no norte do Paraná, suspeitas de reaproveitarem materiais cirúrgicos, nesta terça-feira (24). Segundo as investigações, o grupo ganhava até R$ 3 mil por procedimento.


De acordo com a Polícia Civil, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e sete ordens de busca e apreensão.


O delegado André Gustavo Feltes diz que os investigados eram funcionários de empresas que vendiam regularmente os produtos ou pessoas ligadas ao grupo. Os materiais que deveriam ser descartados depois de cirurgias urológicas eram esterilizados e usados novamente em outros procedimentos.


De acordo com a polícia, a empresa para qual estes suspeitos trabalhavam não tinha conhecimento do esquema.


“Três integrantes principais eram empregados de empresas que trabalhavam regularmente no setor, eram encarregados de fornecer materiais para cirurgias. De alguma forma, eles desviavam os materiais que tinham sido utilizados na cirurgia, levavam para esterilizar e depois revendiam”, detalhou.


A polícia começou a investigar o caso após uma denúncia de que esse tipo de material foi utilizado em um hospital de Ponta Grossa. Foi identificado que o grupo tentou entrar com o material reprocessado na instituição.


As investigações identificaram que o grupo vendia materiais vencidos e as embalagens não continham código de rastreabilidade, descrição e eram utilizados em cirurgias particulares.



“Esses materiais só eram utilizados em cirurgias particulares. Os produtos não eram utilizados em cirurgias realizadas por planos de saúde porque o controle de lote e validade é mais rigoroso. Qual é o paciente que tem interesse em checar o material que foi utilizado. Uma falha que favorecia o golpe”, destacou o delegado.


As investigações continuam e a Polícia Civil não descarta a participação de algum médico no esquema.


“A reutilização de materiais cirúrgicos é proibida pela Anvisa, são materiais muito sensíveis e, mesmo esterilizados, algum micro-organismo pode permanecer”, finalizou o delegado.


A polícia informou que há indícios de atuação dos suspeitos em vários municípios do estado, como Campo Mourão, Cianorte, Pato Branco e Francisco Beltrão.

Fonte G1